Selfies: A nova cara de algo velho

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De fato, o brasileiro é um povo bastante vaidoso, por isso que as selfies se popularizaram de maneira tão veloz em todo país. Hoje um simples autorretrato tem o poder de medir a popularidade da pessoa assim como fazê-la ingressar na cruel ditadura da beleza.

“A pesquisadora Mary Meeker estimou que cerca de 500 milhões de fotos são postadas e compartilhadas diariamente nos mais diversos sites” [1]

    O bom das selfies é que elas podem transformar pessoas comuns em fotógrafos de forma fácil. Com apenas uma das câmeras do Smartphone e um aplicativo de edição de boa qualidade é possível tirar fotos e corrigir pequenas imperfeições em poucos segundos. Uma boa foto consegue orgulhar o fotografo e agradar quem é fotografado, ou seja, um bom autorretrato traz satisfação em dose dupla e se fizer sucesso nas redes sociais a satisfação é tripla. Entretanto, hoje essa satisfação pode ultrapassar limites.

    Quando o ângulo da fotografia ou os filtros do editor de imagem não conseguem mais satisfazer o fotografo, o fotografado tem que mudar. De maneira implícita e as vezes inconsciente muitas pessoas acabam seguindo esse pensamento e o transforma em argumento para uma ou até mesmo uma série de cirurgias plásticas ou uso de métodos alternativos para alcançar a Selfie perfeita. O Fragmento a baixo retirado do site da RedeTV ilustra bem essa situação:
    Viciada em selfies e obcecada pelo corpo, a britânica Jacqui Ryland, de 29 anos, tem aplicado diariamente o hormônio do crescimento na barriga para manter o peso. A mulher, que faz cem autorretratos diários, afirmou ao programa "Body Freaks", do Channel 5, que apesar dos riscos, ela aplica o hormônio que, em excesso, faz aumentar a massa magra. "Como efeito colateral, o coração pode crescer, o que é perigoso", explica ela, ciente dos perigos. "O hormônio faz a pele ficar melhor, faz com que você fique mais jovem, as suas unhas e o seu cabelo crescem e lima a gordura", acrescenta. Adepta de procedimentos estéticos desde que tinha 17 anos, quando colocou seu primeiro implante de silicone, ela diz que tirar uma selfie é a mesma coisa que respirar. "Se estou na academia, eu faço um autorretrato. Se eu vou para cama, faço outro. Onde quer que eu esteja, eu tiro uma selfie".” [2]

Jacqui Ryland (Fotos: Reprodução/Instagram)

    Apesar de não aconselhado Jacqui Ryland e várias outras pessoas estão dispostas a abdicar da saúde por belos autorretratos entrando assim na famosa ditadura da beleza. Gostar de tirar fotografias de si mesmo não é um problema, porém fazer de tudo pela melhor foto ignorando a qualidade de vida ou seu próprio bem estar é errado. Antes a ditadura da beleza tinha como marca a anorexia e a bulimia, mas hoje as selfies, pouco a pouco vão assumindo esse posto. Pode até estar diferente talvez mais bela e atraente nos dias atuais, mas a ditadura da beleza, infelizmente, ainda se mantem viva.

Geovanne Atanazio

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard. Google

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